sexta-feira, 25 de maio de 2018

Algumas observações sobre a paralisação dos caminhoneiros

Não restam dúvidas de que o assunto mais comentado no Brasil durante a última semana foi a greve dos caminhoneiros. Ao contrário do que dizem a Globo e outros lixos, a pauta das reivindicações é justa e benéfica a todo o povo brasileiro. A começar pelas alíquotas abusivas de impostos como a Contribuição sobre Incidência de Domínio Econômico (CIDE) no preço do óleo diesel convencional e da gasolina, mas sem esquecer outros problemas como a precariedade da malha rodoviária e a falta de segurança. Logo, tendo em vista que a greve dos caminhoneiros conta com algum respaldo até de grandes empresas transportadoras, um setor da mídia e a esquerda em geral devem estar apavorados ao se dar conta de que a narrativa da "luta de classes" não está presente num movimento que efetivamente representa anseios da população brasileira de bem.

Logicamente, a paralisação dos caminhoneiros tem seus efeitos colaterais, expondo também a deficiência do país no tocante à logística, ainda que um dos elos mais importantes dessa corrente que são os próprios caminhoneiros sejam muitas vezes apontados como os culpados por essa falta de respeito com o povo que produz e sustenta o país. Chega a ser uma vergonha que não haja uma malha ferroviária de abrangência nacional, que poderia diminuir a sobrecarga de trabalho sofrida por caminhoneiros que muitas vezes por desespero ou ignorância recorrem ao "rebite" para se manterem acordados com o risco de um acidente. Certamente não foi o Zé ou o João que dirige uma Mercedes-Benz "muriçoca" velha quem decidiu espoliar a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.) por exemplo, ou levar estaleiros à falência e sucatear a marinha mercante. Assim, por mais que possa inicialmente ser fácil jogar a culpa toda sobre os caminhoneiros e os grandes frotistas por aquele produto que vem sempre tão caro e hoje esteja mais difícil de achar no mercadinho da esquina, o buraco é bem mais embaixo.

No tocante à segurança, cabe destacar o efeito de tantas políticas desastrosas nessa área sobre as condições de trabalho nas estradas. A restrição ao porte de arma tornou o cidadão de bem uma presa fácil para ladrões de carga que às vezes são até vinculados ao tráfico de drogas. Em algumas favelas do Rio de Janeiro, há feiras ao ar livre só com produtos roubados de caminhões que estivessem trafegando por alguma rodovia nas imediações, e os chefes das quadrilhas são tão crentes na impunidade que oferecem uma falsa proteção às empresas de transporte mediante a cobrança de taxas que podem ser pagas em mercadoria. Alguns defensores de bandido certamente vão alegar que a carga tem seguro, ou que estaria sendo feita uma "redistribuição" com quem não tem acesso a bens de consumo ou a víveres de primeira necessidade, mas parecem se fazer de cegos diante do custo que medidas de segurança acarretam no preço final ao consumidor que não se preste a virar cúmplice de ladrões de carga.

Falar da incompetência no tocante à segurança energética em função do rombo causado nas finanças da Petrobras, mesmo com o monopólio que a mantém blindada contra uma concorrência mais eficiente e até salutar, seria chover no molhado. Ou ninguém mais lembra que no final de 2007 o hoje detento Luiz Inácio Lula da Silva ainda demonstrava empolgação em torno do biodiesel durante a inauguração de uma unidade de produção do chamado "H-Bio" que viria a ser uma tecnologia própria da Petrobras para produzir um biodiesel hidrogenado? A bem da verdade, tendo em vista que o Brasil tem uma forte tradição agropecuária, seria perfeitamente viável promover uma redução nos custos do transporte e ao mesmo tempo fomentar a renovação da matriz energética mediante uma integração entre uma boa variedade de biocombustíveis que abrangesse não só o biodiesel mas também o etanol que se tornou um tanto desprezado em função de um alinhamento da ditadura lulopetista com o sanguinário venezuelano Hugo Chávez, com algum espaço também para o biogás/biometano que poderia ser inserido em planos de expansão da rede coletora de esgoto e manejo de resíduos sólidos urbanos para uma efetiva melhoria do saneamento básico.

Ao contrário do que alguns setores da mídia tentam forçar goela abaixo do povo, os caminhoneiros tem muito mais objetivos em comum com a população de bem que hoje possa estar vendo neles o inimigo ao invés de um aliado. Mas cá entre nós, alguém em sã consciência acreditaria mais numa atriz meia-boca da Globo que posta textão no Facebook e na prática vive blindada da realidade do país do que em uma classe profissional que se vê obrigada a estar em contato com tudo o que há de pior e acaba vendo os problemas bem de perto pela janela do caminhão? Também há outros tantos medíocres de plantão criticando os caminhoneiros por serem na grande maioria adeptos de uma visão política conservadora e de pouca escolaridade, então a esses eu deixo uma sugestão: se acham que vão salvar o mundo virando vegan e propagando ódio disfarçado de ideologia, peguem umas carroças e as encham de carga para substituir os caminhões e seus motoristas, e depois comam um feixe de capim...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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