terça-feira, 25 de abril de 2017

Reflexão sobre a recente suspeita de fraude em emissões envolvendo o grupo PSA

Já não é novidade que os motores Diesel são constantemente apontados como "sujos" em comparação a similares de ignição por faísca, ignorando avanços no tocante à maior precisão que tem se aplicado ao processo de combustão e ao pós-tratamento dos gases de escape. Com a eclosão do escândalo de emissões da Volkswagen em 2015, que ficou conhecido como "Dieselgate" e chegou a ser apontado como pretexto para um eventual recrudescimento das normas de certificação de emissões a um ponto que pudesse até inviabilizar uma maior participação de mercado em países que experimentavam um crescimento na oferta de veículos leves com modernos motores turbodiesel como os Estados Unidos e a Coréia do Sul, os infames "ecologistas-melancia" foram ao delírio e iniciaram uma caça às bruxas que ainda não cessou e já lança suspeitas contra mais fabricantes com uma forte tradição no Diesel como é o caso do grupo PSA, detentor das marcas Peugeot e Citroën que recentemente adquiriu a Opel e a Vauxhall.

Por mais que no caso envolvendo a Volkswagen tenha sido comprovada a má-fé da empresa, que usou um algoritmo para detectar condições de teste em dinamômetro de chassi e alterar os parâmetros de funcionamento do motor para gerar uma menor quantidade de óxidos de nitrogênio (NOx) de modo a obter a aprovação das autoridades ambientais dos Estados Unidos sem ter de recorrer ao sistema SCR em alguns modelos das marcas Volkswagen e Audi, além de outras irregularidades que foram observadas em veículos destinados a outros mercados abrangendo também as marcas Skoda e SEAT, e por incrível que pareça repercutiu até mesmo no Brasil por conta do uso de um dos modelos de motor afetados na Volkswagen Amarok, acabou dando-se margem a generalizações e acusações infundadas de fraude em quaisquer desvios entre os resultados aferidos em testes de laboratório e na operação dos veículos em condições reais de uso sem levar em consideração tantos parâmetros que possam interferir no funcionamento e até na durabilidade do motor quando sujeito a fatores de carga mais intensos como temperatura, pressão e umidade relativa do ar. Também não se deve ignorar um aumento momentâneo das emissões de NOx durante a autolimpeza forçada (também conhecida como "regeneração") dos filtros de material particulado atualmente imprescindíveis para homologação em alguns países como Estados Unidos, Japão e países-membros da União Européia, bem como as limitações do downsizing aplicado com certa frequência para enquadrar os veículos em classes tributárias mais favoráveis mesmo quando um motor menor venha a se revelar subdimensionado.

Mas a bola da vez é o grupo PSA, um dos mais importantes a nível mundial no desenvolvimento de motores Diesel, que ontem passou a ser alvo de investigação pelo procurador público de Paris em acolhimento à denúncia feita pelo Ministério da Economia francês. A empresa, presidida pelo português Carlos Tavares, alega cumprir com a regulamentação européia em vigor e nega qualquer envolvimento em fraudes de emissões. Naturalmente, em se tratando da França, atualmente tomada por interesses escusos de facções islamo-socialistas, qualquer movimento contrário à preferência do consumidor pelo Diesel deve ser observado com suspeição. Uma medida anterior tomada pela atual prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, inicialmente no intuito de restringir apenas a circulação de veículos fabricados antes do ano 2000 na capital francesa até uma proibição completa aos veículos com motor Diesel proposta para entrar em vigor entre 2020 e 2025, já seria suficiente para acender um sinal de alerta. Pode-se deduzir que há, efetivamente, uma campanha em curso para desacreditar o potencial dos motores Diesel no tocante a uma redução na dependência por combustíveis fósseis e uma eventual compensação de emissões através da adaptabilidade a uma ampla variedade de combustíveis alternativos que abrange não apenas o biodiesel e o uso direto de óleos vegetais brutos (opção relativamente fácil de implementar e com boa relação custo/benefício para atender a alguns motores de injeção indireta que o grupo PSA ainda usou em versões básicas de diversos modelos das marcas Peugeot e Citroën enquanto as normas Euro-3 permaneciam em vigor) mas também o etanol e até uma eventual suplementação com gás natural ou biogás/biometano.

Não deixa de ser no mínimo suspeito que uma ação contra o grupo PSA ocorra só agora enquanto o "Dieselgate" finalmente se encaminha para uma solução. Nem sempre as premissas "ecológicas" que sustentam o discurso de opositores ao Diesel condiz com as reais intenções apresentadas, tendo em vista que constantemente ignoram condições reais em meio a tentativas desesperadas de desacreditar a preferência de uma ampla maioria do público europeu e inviabilizar o desenvolvimento tecnológico. Por mais que a aplicação do etanol, do gás e de sistemas híbridos aos motores de ignição por faísca seja tratada por alguns como uma sentença de morte para o Diesel na Europa, não apenas em veículos leves mas também em aplicações utilitárias pesadas, pelo visto tal estratégia tem se mostrado insuficiente para que os interesses obscuros de alguns grupos sejam levados a cabo em detrimento da liberdade de escolha do consumidor francês.

2 comentários:

  1. A especialidade dos ditos "ambientalistas" é procurar falsos pretextos para arruinar a economia, nada mais.

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  2. Quando essas utopias de hippie chegam na política, é previsível que tentem levar adiante planos estúpidos e irreais como perseguir os motores a diesel. Se pelo menos fosse viável produzir o álcool combustível lá mesmo, até teria algum fundamento buscar outro tipo de motor.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html